terça-feira, 24 de abril de 2018

MENU

Cheiro da vagina: 9 fatos que toda mulher (e todo homem) deveria saber

Priscila Barbosa
O corpo femininoImagem: Priscila Barbosa
Heloísa Noronha
Colaboração para Universa
24/04/2018 04h00
Você sabia que, assim como a falta de higiene, o excesso de zelo pode provocar o efeito contrário? E que cada mulher tem um aroma próprio --e que isso não deveria ser motivo de vergonha ou pudor para ninguém? Veja 9 fatos que todo mundo deveria saber sobre odor vaginal:

1. Cada mulher tem o próprio cheiro

Assim como o odor corporal varia de pessoa para pessoa, o cheiro de uma vagina nunca é igual ao de outra. Seu resultado vem da eliminação natural de secreções e odores resultantes do processo fisiológico de renovação celular. Na maioria das vezes, é suave, pouco perceptível e pode mudar de intensidade e características de acordo com as fases do ciclo menstrual.

Veja também

2. O seu cheiro pode mudar

Além do ciclo menstrual, vários fatores podem interferir no cheiro. Exemplos? Medicamentos, calças muito apertadas, calcinhas de materiais que não sejam o algodão, hábitos de higiene etc.

3. Produtos cheirosos: usar ou não?

Há um jeito certo para usar absorventes que neutralizam o cheiro, sabonetes íntimos e lenços umedecidos. Os absorventes de uso diário devem ser de algodão, sem perfume e os mais finos possíveis, para não abafarem a vagina e não provocarem irritações. E, apesar do nome, os especialistas não recomendam usar todos os dias. Em comparação aos comuns, os sabonetes líquidos têm o pH ácido semelhante à vagina, o que é positivo para a região. O ideal é lavar só a parte externa (a vulva), tendo o cuidado de higienizar entre os grandes e pequenos lábios e enxaguar bem para retirar todo resíduo. Já os lenços umedecidos devem ser usados esporadicamente só quando a mulher estiver fora de casa.

4. Cuidado com produtos eróticos

Cosméticos eróticos? Use com moderação. O uso frequente de produtos sensuais como lubrificantes com sabores e aromas específicos, hot balls e géis próprios para sexo oral merece cuidado, pois podem alterar a flora vaginal e facilitar a proliferação de bactérias e fungos patogênicas, ou seja, que causam infecções.

5. Não exagere na higiene

Assim como a falta de higiene, o excesso de limpeza oferece danos. Conforme já foi dito, é importante usar o sabonete líquido íntimo porque seu pH dificulta o crescimento de bactérias que causam corrimento e mau cheiro. Deve-se lavar a região uma ou duas vezes por dia, tendo sempre o cuidado de lavar a região genital antes das nádegas para não trazer sujeira do ânus para a vagina. Durante a menstruação deve-se lavar mais vezes. Por outro lado, o excesso de higiene também é prejudicial, já que pode-se alterar a flora normal da vagina e facilitar o crescimento das bactérias patogênicas que causam corrimento.

6. Duchas vaginais: pode dispensar!

Muitas mulheres querem ficar cheirosinhas antes ou depois de uma boa sessão de sexo e se sentem mais seguras após recorrerem à ducha vaginal. Outras gostam de se limparem depois da menstruação ou enxaguar um corrimento, mas nada disso é necessário, porque seu corpo é capaz de eliminar naturalmente vestígios de sangue, sêmen e secreções. Lavar-se exageradamente, usar produtos inadequados ou depilar-se quase que totalmente são hábitos que causam um desequilíbrio no pH e na flora natural e que podem levar a irritações, infecções ou micoses vaginais. Não é indicado lavar internamente a vagina sem orientação médica.

7. Perfume na vagina? Não, por favor!

Nada de usar papel higiênico aromatizado ou talcos e fragrâncias para deixá-la mais cheirosa. Da mesma forma, fuja de sabonetes muito perfumados, que podem causar coceira e inflamação e provocar o efeito contrário ao desejado.

8. O cheiro típico da vagina não deveria ser alvo de problematização

Em outras palavras, as pessoas precisam parar de ter vergonha e/ou dificuldade de aceitar que ela tem um odor característico. Por mais civilizados e limpinhos que sejamos, exalamos odores. Siga as dicas dos especialistas e fique tranquila. Quem tiver algum pudor, azar.

9. O esperma pode gerar odor ruim

Sexo sem proteção com frequência costuma alterar a flora normal da vagina, pois o esperma modifica o pH ácido dela. Esse desequilíbrio causa a proliferação de bactérias anaeróbias e, em especial, uma chamada gardnerella. Nessa circunstância, pode haver um odor desagradável associado ao "cheiro de peixe".
FONTES: Alessandro Scapinelli, ginecologista de São Paulo (SP); Antonio Pera, ginecologista e obstetra da Clínica Pera, de São Paulo (SP); Caroline Alexandra Pereira, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana e endoscopia ginecológica, da Clínica Viváter, de São Paulo (SP), e Cristina Carneiro, ginecologista e obstetra, de São Paulo (SP)

O homem que perdeu pernas, dedos e parte do rosto após arranhão e lambida de seu cão

A vida do britânico Jaco Nel teve um revés quando um arranhão de seu cocker spaniel causou uma infecção que desencadeou septicemia, uma reação exacerbada do sistema imunológico.

Por BBC
 
Nel perdeu a consciência e ficou em coma por cerca de cinco dias, mas teve as pernas amputadas meses depois (Foto: BBC)Nel perdeu a consciência e ficou em coma por cerca de cinco dias, mas teve as pernas amputadas meses depois (Foto: BBC)
Nel perdeu a consciência e ficou em coma por cerca de cinco dias, mas teve as pernas amputadas meses depois (Foto: BBC)
Há um ano e meio, o britânico Jaco Nel brincava com seu cachorro Harvey, um cocker spaniel, quando notou um pequeno arranhão em sua mão.
Ele limpou e desinfetou o corte, e continuou com seus afazeres habituais. Duas semanas depois, ficou doente com o que parecia uma gripe.
Mas Nel não imaginava o que estava a ponto de acontecer: uma bactéria na saliva de seu cão provocou uma infecção que evoluiu para septicemia, uma reação exacerbada do sistema imunológico diante de um processo infeccioso.
A septicemia é a principal causa de morte por infecção no mundo. Nel não morreu, mas diz que esteve "muito, muito perto".
Como consequência de seu choque séptico, ele passou cinco dias em coma e meses no hospital. Perdeu as duas pernas, abaixo do joelho, e todos os dedos de uma mão. Além disso, teve o nariz e os lábios desfigurados, o que lhe causa dificuldade para falar e para comer.
O caso do britânico é muito extremo, mas ele é uma das 20 milhões de pessoas que sofrem de septicemia por ano em todo o mundo.

'Senti depressão e raiva'

Nel não percebeu o quão doente estava porque, ao se sentir como se estivesse gripado, decidiu descansar e dormiu até o dia seguinte.
"Eu devo ter ficado muito doente, porque me sentia confuso e desorientado. Nem escutei o telefone quando os colegas de trabalho me ligaram para saber por que não fui", disse ao programa Victoria Derbyshire da BBC.
"No fim do dia, minha mulher veio para casa e me encontrou em um estado terrível. Mas os serviços de emergência logo se deram conta de que eram sintomas de septicemia e começaram a me tratar com urgência assim que chegaram a minha casa."
Fazer o diagnóstico cedo é a chave para a recuperação da septicemia: de acordo com vários estudos, 80% dos casos podem ser tratados com sucesso caso a infecção seja diagnosticada na primeira hora.
Se isso não acontecer, o risco de morte aumenta a cada hora que passa.
Nel recebeu fluidos por via intravenosa ainda em sua casa e antibióticos na ambulância, a caminho do hospital.
"Mas quando eu cheguei na emergência, desmaiei", recorda.
Ele perdeu a consciência e ficou em coma durante quase cinco dias.
"Quando acordei, tomei um choque ao ver que tinha praticamente o corpo inteiro escurecido: o rosto, as mãos e as pernas estavam necrosando (em processo de morte) por causa dos danos nos tecidos causados pela coagulação anormal do sangue. É algo que ocorre durante um choque séptico", afirmou.
Seus rins também falharam, e ele teve que fazer diálise durante dois meses.
"Eu soube quase desde o princípio que acabaria perdendo as pernas e os dedos, mas não tinha certeza do que aconteceria com meu rosto. No final, perdi a ponta do nariz e meus lábios têm cicatrizes."
"Depois de quatro meses no hospital, os médicos amputaram minhas pernas. Foi um período muito duro."
Nel se tornou uma das 20 milhões de pessoas afetadas pela septicemia no mundo - e quase entrou para a estatística das mortes causadas pela doença (Foto: BBC)Nel se tornou uma das 20 milhões de pessoas afetadas pela septicemia no mundo - e quase entrou para a estatística das mortes causadas pela doença (Foto: BBC)
Nel se tornou uma das 20 milhões de pessoas afetadas pela septicemia no mundo - e quase entrou para a estatística das mortes causadas pela doença (Foto: BBC)

Aprender a caminhar de novo

"Eu sempre fui uma pessoa determinada, e nada me detém. Mas me senti profundamente deprimido, senti muita raiva e, em alguns momentos, pensei que não iria suportar", diz Nel.
Com o tempo, ele diz ter conseguido seguir adiante com o apoio-chave dos amigos, familiares e colegas de trabalho.
"Esses pensamentos foram embora quando comecei a ver que podia voltar a fazer coisas, mesmo que me custasse mais tempo e esforço."
Pouco depois da amputação das pernas, Nel começou a fazer reabilitação para voltar a caminhar. Depois de três meses, ele conseguia andar sem ajuda e voltou para casa.
Ele teve, no entanto, de tomar uma decisão dura: sacrificar sua querida mascote Harvey para impedir que ela infectasse outra pessoa, já que o cachorro tinha uma infecção incurável.
Ao relembrar de sua história, Nel diz que não poderia ter feito nada para evitar o que ocorreu. Quando seu cachorro o arranhou e lambeu sua ferida, ele a desinfectou.
Depois, nem ele mesmo notou os sintomas da doença que começava a se manifestar.
"Eu arrastava as palavras ao falar, perdi a coordenação e o equilíbrio, estava com a pele manchada, mas ninguém viu."
Agora, ele dirige um carro adaptado e usa uma prótese no nariz, que disfarça a desfiguração de sua face.
No entanto, ele deixou de usar a prótese por considerá-la "uma máscara" para esconder sua história.

O que é septicemia?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a septicemia ocorre quando o sistema imunológico do corpo se sobrecarrega e tem uma resposta exacerbada a uma infecção.
O problema inicial pode ser leve e começar em qualquer parte, desde um corte no dedo até uma infecção urinária. Mas se isso não for tratado a tempo, pode causar danos catastróficos ao corpo, como lesões nos tecidos, falência generalizada de órgãos e até a morte.
Não se sabe exatamente o que causa a doença, que afeta cerca de 20 milhões no mundo e mata ao menos 8 milhões. Por isso, ela é chamada de "assassina silenciosa".
Identificar um caso de septicemia é difícil, já que os primeiros sintomas variam muito e podem ser facilmente confundidos com gripe ou outras infecções.
De acordo com a ONG britânica UK Sepsis Trust, os seis sinais de alarme mais comuns são: dificuldades para falar ou confusão, calafrios ou dor muscular, ausência de urina, problemas graves para respirar, sensação de que "vai morrer", manchas ou descoloração da pele.