terça-feira, 16 de junho de 2015

Com uma frota de 814.400 veículos, Rondônia começou uma grande ofensiva para frear o índice de acidentes no trânsito, que registrou em 2014 pelo menos 12.649 ocorrências com vítimas, índice que ficou marcado com 500 mortes no trânsito e grande congestionamento nos hospitais e unidades de emergência do Estado.

Para explicar esse fenômeno, autoridades do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RO) afirmam que o crescimento populacional do Estado teve importância relevante no aumento desse índice. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rondônia saiu de um patamar populacional de 1.535.625 habitantes em 2010 para 1.748.531 habitantes em 2014. Já a frota, que era de 560.220 veículos passou para 830.605 veículos até abril de 2015, o que não justifica, mas explica as ocorrências que têm similaridade com o restante do País.

Nesse ponto, há um aspecto a considerar, visto que embora se constate elevado índice de acidentes em 2014 (12.649 ocorrências) esse número, por estranho que possa parecer, é inferior ao das ocorrências de 2011, que registrou um total de 14.705 acidentes. Nesse mesmo período, em Porto Velho foram registrados 7.260 acidentes em 2011 contra 4.026 acidentes em 2014, indicando uma redução do índice da ordem 44,54%, segundo dados da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar.

De acordo com os dados do Detran-RO, em 2014 houve 11.856 acidentes envolvendo motocicletas e 500 pessoas morreram. Só em Porto Velho foram a óbito 75 pessoas acidentadas, número inferior aos 116 acidentes fatais registrados em 2010 na Capital.

A explicação para essa situação, que mesmo com o aumento dos números da frota reduziu consideravelmente as ocorrências, está na execução de um projeto de política pública para o trânsito, detalhado com o aprimoramento e aparelhamento da fiscalização da PM, com investimentos oficiais para melhoria das vias, da sinalização e educação para o trânsito, com campanhas na mídia e nas próprias vias públicas, em especial aquelas de maior fluxo.

Outro dado estatística do Detran-RO, que merece ser observado para entender a dinâmica do trânsito de Rondônia, é que, com exceção do município de Porto Velho, há mais motocicletas do que automóveis em todo o Estado. Segundo as estatísticas de 2014 do Detran-RO, são 247.754 automóveis e 438.198 motocicletas (não estão incluídos os números da frota de ônibus, caminhões e similares).

Importante esclarecer ainda, que em 2014, só Porto Velho registrou 2.527 acidentes automobilísticos com vítimas, e nada menos que 3.432 acidentes com motocicletas também com vítimas, dados que revelam uma situação preocupante, que tem levado os órgãos do governo estadual ao planejamento de várias ações para enfrentar o problema.

DEMANDA NA SAÚDE

O Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II, que apresentou esses números, é o serviço de saúde de referência em Porto Velho para atendimento da demanda gerada pelos acidentes de trânsito local e de todo o Estado (alta complexidade). Seus índices são diferentes dos apresentados pelo Detran-RO e pela Companhia Independente de Policiamento de Trânsito da PM, o que é explicado por diversos fatores, incluindo o acidente com veículo ou condutor irregular, que foge do flagrante para não ser apreendido, mas com a consequente entrada do paciente acidentado no hospital.

Para se ter ideia, os registros de 2014 do hospital apresentam números estarrecedores, ainda com a ressalva de que muitos acidentes não passam pela instituição. Foram 631 acidentes automobilísticos com vítimas e 4.697 acidentes com motocicletas com vítimas. O universo dos acidentes com motocicletas é extraordinariamente superior ao número de acidente envolvendo os automóveis. Muitos acidentes (os de baixa complexidade, como as escoriações) são direcionados às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), não constando, por conseguinte, nas estatísticas do hospital.

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