A criatura mais rápida do mundo não é a que você está pensando
• Qual é o animal mais imundo?
O Spirostomum ambiguum é um protozoário unicelular que é frequentemente achado em lagos e lagoas e normalmente se movimenta usando pequenas células chamadas de cílios. Mas quando o S. ambiguum é surpreendido, o protozoário de quatro milímetros de comprimento se contrai com a velocidade da luz, reduzindo o seu corpo em mais de 60%. Ele realiza a atividade em apenas uma fração de segundo; sua transformação em um objeto que lembra uma bola de futebol americano ocorre quase que instantaneamente ao olho humano.
Agora, a resposta de como o S. ambiguum consegue fazer isso de modo que não leve à destruição completa de seus órgãos internos pode ser resumida da seguinte forma: ¯\_(ツ)_/¯
Os pesquisadores da escola de química e engenharia biomolecular da Georgia Tech gostariam de resolver esse mistério, e uma recente bolsa de quatro anos recebida da National Science Foundation deve ajudar na tarefa.
Pode parecer algo meio esquisito estudar os movimentos quase impossíveis de tal criatura, mas conclusões nessa área podem levar a avanços da robótica e da nanotecnologia. A natureza claramente encontrou um caminho para realizar a tarefa — e os cientistas agora precisam entender os detalhes.
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“Como engenheiros, gostamos de observar como a natureza lida com desafios importantes”, disse Saad Bramla, professor assistente da Georgia Tech, em um comunicado. “Estamos sempre pensando em como reproduzir essas pequenas coisas que vemos na natureza. Se entendermos como elas funcionam, talvez isso possa servir para pequenos robôs que precisam se mover rapidamente com pouco uso de energia.”
Grandes vertebrados, como guepardos, pássaros ou humanos, dependem de proteínas chamadas actina e miosina para se moverem. O mesmo não ocorre com os protozoários, que se movem usando pequenas molas moleculares e motores biológicos. Além disso, esses mecanismos dependem da física de criaturas muito pequenas e possivelmente não podem ser reproduzidos em animais maiores.
“Se eles tivessem as proteínas actina e miosina, que compõem nossos músculos, eles não poderiam gerar força o suficiente para se mover tão rápido”, disse Bhamla. “Quanto menor eles forem, mais rápido eles serão — 200 m/s2. Isso é impressionante.”
De fato, isso é uma aceleração de 201 m/s (723,6 km/h), o que é cerca de 80% da aceleração da língua de um sapo quando ele captura sua presa, ou cerca de 73% da aceleração de um míssil AMI-9E.
Para resolver esse mistério, Bhamla e seus colegas vão usar matemática. “Por exemplo, nós queremos saber o que é o limite fundamental para aceleração em uma célula viva”, disse. “Queremos mapear tudo o que essa criatura está fazendo e modelar isso no computador, por meio de uma abordagem de engenharia. Queremos saber como uma célula consegue atingir tal aceleração e como usam as molas moleculares para amplificar sua força.”
O sucesso nesse tipo de estudo pode resultar no desenvolvimento de maquinário molecular e de microrrobôs capazes de acelerações semelhantes e, mais importante, capazes de sobreviver a esse movimento incrivelmente rápido.
“Meu treinamento em biologia sugeria que as células eram apenas simples pacotes de fluídos e que não faziam muita coisa, mas que continham uma série de tecidos interessantes”, disse Bhamla. “O Spirostomum é completamente diferente das células a que estamos acostumados.”
Como todos sabemos, o guepardo é o animal mais rápido do mundo, mas, como curiosidade, o animal terrestre mais rápido quando se leva em consideração o tamanho é o Paratarsomus macropalpis, um ácaro nativo do sul da Califórnia.
Essa criatura pode viajar a 322 comprimentos de corpo por segundo, o que para um humano seria como correr a 2.092 km/h.
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